Viagem

Workaway e Vida de Mochileiro – Entrevista com Flávio Mendes do Viaje Leve

@viajeleve

O quê queremos???? Viajar!!!!Quando queremos viajar???? Todo dia!!!!! Bom, se você chegou agora, saiba que o principal assunto deste modesto blog é: Viagem. Eu amo viajar e passo horas a ler sobre o assunto, pesquisado roteiros e sonhando com lugares que quero ir. Enfim, em um mundo perfeito eu seria, “somente e unicamente” uma viajante.

Infelizmente nos ensinaram que a vida é estudar, escolher uma profissão e  trabalhar, comprar coisas que (quase sempre não são necessárias),  trocar o carro, o computador, o telefone, enfim, consumir. Estamos “condenados”a viver ancorados em um só lugar, trabalhar a vida toda em completo estress.  Nos contentamos com uns diazinhos de férias por ano e na maioria das vezes, estamos tão esgotados que esses diazinhos já não são suficientes para recarregar nossa bateria.

Na contra-mão disso tudo existem os viajantes, pessoas que ganham toda a minha admiração e respeito. Pessoas que se libertaram das amarras da sociedade.  Pessoas que aprenderam a viver com pouco, mas que carregam uma imensa bagagem e aquele brilho no olhar de quem não tem medo de mergulhar em outros mares, de experimentar outras culturas.

Mas e grana? Como vivem esses viajantes? Como se sustentam? Como conseguem viajar tanto? Fui atrás de respostas amiguinhos. Entrevistei o Flávio do Viaje Leve , ele é arquiteto e projetista e adora viajar. Fez o primeiro mochilão pela Europa em 2012 e não parou mais. Já visitou mais de 28 países e atualmente está na Ásia, de onde gentilmente aceitou contar um pouco mais das suas aventuras. Confira:

QSA – Onde você está no momento?

Flavio: No momento estou em Kuala Lumpur, capital da Malásia. Estou trabalhando pelo Workaway em uma Guesthouse a pouco mais de 2 meses. Em troca de 5 horas de trabalho por dia, 5 dias por semana, recebo acomodação e café da manhã. Quanto as funções, já trabalhei na construção de algumas poltronas, feitas com palets, no conserto de alguns móveis e no momento estou trabalhando na recepção da Guesthouse, fazendo a limpeza dos quartos, regando as plantas e as vezes resolvo alguns outros problemas quando necessário.

QSA – Quando você decidiu largar tudo e ir viajar?

Flávio: Na verdade eu não larguei tudo, foi tudo meio que se transformando. Voltei de um intercâmbio em Dublin na Irlanda na metade de 2015 e resolvi criar o blog um pouco depois disso. Com o tempo fui vendo que era isso que eu queria e gostava de fazer. Fui descobrir isso quando comecei a viajar para o exterior, em 2012 depois de meu primeiro mochilão.
Resolvi vir pra Ásia por ser um lugar que já havia visitado, por ser um lugar seguro e muito barato. Além disso as praias da Tailândia como quintal de casa não seriam nada mal né?

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QSA – Quanto tempo levou para planejar seu primeiro mochilão, quanto tempo durou e por quantos países passou neste período?

Flávio: Meu primeiro mochilão aconteceu em 2012. Planejei junto com um amigo, na verdade, meu amigo que planejou praticamente tudo. Foram 20 dias de viagem, onde passei por 6 países, 2 festivais e ainda vi as olimpíadas de Londres, tudo muito corrido, coisa de primeiro mochilão sem experiência.

QSA – Você abandonou sua profissão por completo ou trabalha remotamente?

Flávio: Continuo fazendo alguns trabalhos na minha área ainda, mas 80% do meu tempo tem sido para o blog e trabalhos voluntários, fora os trabalhos que faço por onde passo.

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QSA – Poderia explicar um pouco mais sobre sua fonte de renda? Dá pra viver somente como blogueiro?

Flávio: Por enquanto não tem sido possível viver apenas com o blog, até porque o blog é bem novo (pouco mais de um ano). Mas esse é o plano. Minha renda vem além do blog, de alguns freelancers que tenho feito, do trabalho voluntário que apesar de  não pagar tem sido o jeito de me manter aqui sem gastar com hospedagem, e outros trabalhos que já fiz nesses meses por aqui.

QSA – Você tem uma “base fixa”? Vai com frequência ao Brasil?

Flávio: Eu voltei de Dublin e fiquei um ano no Brasil. No momento to sem base fixa, na verdade nem me estabeleci em um lugar, mas os planos são de ficar na Tailândia mesmo.

QSA – Já passou por alguma situação inusitada durante alguma viagem?

Flávio: Já fui furtado no Egito, quando invadiram meu quarto e pegaram dinheiro de minha carteira. Tenho até um post sobre isso no meu blog.

QSA – Como foi sua experiência com a Workaway?

Flávio: O Workaway tem sido bem legal. Com ele tenho conseguido me manter fora de casa e além disso tenho adquirido muita experiência com trabalhos que nunca tinha feito. Já trabalhei em um bar, em um bangalô de frente pro mar, em horta, capinando, como designer, recepcionista, faxineiro e por ai vai.

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QSA – Quais são os pontos positivos e os negativos de trabalhar em troca de hospedagem?

Flávio: Os pontos positivos são: hospedagem grátis, claro, conhecer muita gente do mundo todo, conhecer pessoas que estão fazendo o mesmo que você. Os negativos são que mesmo tendo que trabalhar apenas 5 horas, eu não consigo me dedicar ao blog como antes . Alguns trabalhos cansam bastante, porque são trabalhos manuais.

QSA – Pode dar algumas dicas para quem quer se aventurar pela Workaway?

Flávio: Procure lugares com reviews de pessoas que passaram por lá e falaram bem do local. Sempre pergunte muito antes de se candidatar a vaga. Muitas vezes eles não entram em detalhes de muitas coisas que você só vai descobrir na hora. Tenha em mente que sua hospedagem não será nada de luxo, muito pelo contrário. Pelo menos aqui na Ásia tem sido tudo muito rústico, muitas vezes sem conforto algum. Algumas pessoas acham que arrumando um trabalho pelo Workaway tá tudo resolvido, só que você não recebe dinheiro em troca de nada.

QSA – Quais os planos para o futuro?

Flávio: Em dezembro to voltando pra Tailândia e faremos uma viagem de 1 mês, tudo por terra, tentando pegar carona pela primeira vez, subindo pro norte da Malásia, cruzando pra Tailândia pelo mar e conhecendo mais algumas ilhas.
Também pretendo lançar um guia da Tailândia, escrito por uma pessoa que morou no país. Está em andamento.

Bom, acho que dá para afirmar que muitas vezes o que falta nem é dinheiro, e sim coragem para se jogar, arriscar sair do nosso mundinho tão confortável e previsível .
Nosso muito obrigada ao Flávio, o Quero ser Amélia deseja toda a sorte e muitas viagens a ti. Espero que essa entrevista tenha inspirado vocês que estão precisando daquele empurrãozinho pra cair no mundo.

Quem quiser saber mais sobre as andanças do Flávio e morrer de inveja das praias paradisíacas que ele visita enquanto você está aí trancado no seu escritório, é só clicar abaixo:

Blog: Viaje Leve
Instagram: @viajeleve
Facebook: Viaje Leve

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2 Comentários

  • Reply
    Ju Garzon
    14 de dezembro de 2016 at 18:43

    Cada lugar lindo! Amo viajar e, se possível, passar um tempo conhecendo a cultura e as pessoas ao invés de “apenas” visitar lugares. Mas admito que curto isso desde que disponha também de um certo conforto. Admiro quem se joga 100%.

    Beijo,
    Ju
    http://madamebr.com

    • Reply
      Lala
      14 de dezembro de 2016 at 20:15

      Poisé Ju, eu também sou mal acostumada, gosto de conforto também. ;D

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